Nasci em 1959, em Porto Alegre. Desenho desde pequena, não por virtuosismo, mas para imitar minha tia Wanita que desenhava ao ar livre potes, paisagens, e naturezas mortas. Outra tia, Zuleida, era professora da Escolinha de Arte da SEC, que muito freqüentei. Como era ruim nos esportes e mediana nas notas do colégio, achei que desenhar era uma saída. Fiz o Atelier Livre da Prefeitura. Lá conheci o Jailton Moreira e lá um professor me disse que tinha talento. Por um bom tempo não saiu mais nenhum risco.
Passada a maré baixa, depois de tentar História e Arquitetura, me deixei levar pelas artes. Cursei o Instituto de Artes da UFRGS, em Porto Alegre. Naquela época, anos oitenta, não sei se por elogio ou prêmio consolação, virava e mexia e um professor dizia que eu tinha jeito para ilustração, que meu trabalho era narrativo. E acho que era.
Para uma
aquarela existir, tinha que inventar uma história na minha cabeça. Este negócio
de arte pura nunca foi meu forte. Arte pela arte? Arte pela vida. Arte como
desculpa para contar muitas coisas: um peixe nadando, a janela do meu quarto,
uma forma inventada, uma escrita maluca. De preferência contar algo bem sem
graça, corriqueiro, prosaico, colocando alguma graça na linha.
E para encurtar este papo - já que tem tanta coisa para olhar - um dia virei
ilustradora. A ação que detonou este acontecimento foi casual, mas fiz muito
pensamento positivo para que isto acontecesse. A Annete Baldi, editora da
Projeto, comprou um quadro meu numa galeria, e me ligou convidando para ilustrar
aquela belíssima coletânea organizada por Vera Aguiar. Daí nasceu "Poesia fora
da estante" em 1995. Também contribuíram para meu envolvimento no universo
infantil meus filhos - devoradores de livros - Alice e Francisco.
Ilustrei
livros pela Projeto, Artes & Ofícios, LPM, WS, e assim por diante. Sempre tive a
sorte de trabalhar com gente do primeiro time, Josué Gumarães, Martha Medeiros,
Carlos Urbim, Gláucia de Souza, Sergio Capparelli, Jackson Zambelli, Gustavo
Finkler e Raquel Grabauska, etc.
Outra coisa que gosto muito é ser professora. Leciono desenho no Instituto de
Artes da UFRGS e ministro cursos para adultos.
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Mas uma das coisas
que eu mais gosto de fazer eu não disse ainda. Gosto muito de fazer oficinas
sobre os livros que ilustro para as crianças. Os bem pequenos ficam admirados
quando mostro os originais e digo que não sou eu que ilustro livro por livro. -
Então como é que se faz?
Apesar da mecanização e do computador (graças a Deus!), as crianças ainda acham possível se fazer manuscritos.